segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Aprendiz de bancária

E eu, aqui, novamente... Mas dessa vez para te contar a rotina de um bancário.
Eu ainda nem sei como é de verdade a rotina de um bancário... só que de uma coisa eu tenho certeza: mais uma vez, eu estou lhe dando com pessoas. E agora, o que mais importa pessoalmente, é o dinheiro de cada uma. Não para mim, mas pior, para elas.
Enquanto elas lidam com dinheiro, umas com muito, outras com quase nada, umas com negativo... algumas humildemente, outras, grosseiramente; eu lido com elas: paciência, compreensão, atenção, etiqueta, postura, cuidado... E o cuidado que eu falo aqui, não é sobre cuidar do que elas têm a me oferecer. É sobre cuidar delas. E nós, que de dentro, nem imaginamos, que 1 minuto de atenção e “cuidado” bem dado a qualquer deles, vai mudar nosso dia numa benção a mais desejada.
E quero deixar bem claro: antes de fornecedora de serviços bancários, eu fui consumidora. E ainda sou. Só que com um olhar diferenciado.
Eu era impaciente, queria cumprir todas as minhas tarefas em horários de almoço, ser bem atendida, com todas as explicações necessárias... eu queria agilidade e eficiência pelo serviço que eu estava pagando.
Se pararmos para analisar como pessoas, é quase que inexistente uma prestação de serviços que nos satisfaça por completo, 100%. E não seria dos bancos, que nós teríamos o direito de cobrar essa satisfação absoluta.
Acontece que estamos dispostos a atender, mesmo que forçadamente, vocês clientes. Não importa em qual dia estamos, bons ou ruins, devemos estar plenamente prontos a atendê-los da maneira que amenize qualquer nervosismo ou frustração alheia. Quero enfatizar que isso é a pura verdade daqueles que se dispõe a trabalhar no comércio. E essa informação é óbvia. Então senhores, por favor. Se não detém esse dom, caiam fora.
Eu tento cuidar daqueles clientes impacientes, grossos, apressados, nervosos, ansiosos. Mas antes de cuidá-los, eu analiso-os inconscientemente.
Eu posso até estar em um dia ruim, mas aquela minha estranha sensação, desaparece a medida que eu me vejo a frente de muito piores. E sabe o que penso: é uma pena! E o meu mais auto-controle resplandece de um lugar que eu jamais habitei pela minha mente.
Empatia é quase tudo na vida. Quem sou eu pra julgar ou dizer o que está ou não errado. Apenas me coloco no lugar daquelas pessoas. E quando, surpreendentemente, recebo um elogio inesperado. Ou mais, uma reclamação que também jamais esperaria.
Tente descobrir qual será a reação de uma pessoa. E descubra que a sua tentativa será em muitas vezes, reprimida.
Aqui eu lhes conto ou lhes desvendo como andar pelo caminho certo: basta você colocar amor no que está fazendo. 

domingo, 28 de setembro de 2014

Os 50 anos do golpe de 1964 - http://veja.abril.com.br/multimidia/video/os-50-anos-do-golpe-de-1964

     Estava eu, no Pão de açúcar, em pleno domingo às 17h30min, realizando atos de gentileza, deixando passar um moço a minha frente no caixa rápido e inconformada com o fato de que minha compra, de pouquíssimas coisas (atente-se ao fato de que o caixa rápido aceita no máximo 15 unidades!) - que não daria pra passar 15 dias do mês sequer - ter totalizado R$ 66,42. Mas algo naquela compra me deixava feliz e curiosa: a Revista Veja.
     A tempos, venho tentando me informar um pouco mais sobre a política... e não seria novidade se eu dissesse que isso diminui bastante meu alto astral.
     Aproveitando o "Especial 1964 - 31 de março, o dia que mudou o Brasil", VEJA (e pra quem nem sabe o que aconteceu, segue o vídeo) farei uma relação à notícia um tanto quanto intrigante sobre a queda da maior empresa brasileira que perdeu mais de US$ 200 bilhões em valor de mercado em três anos. Não consigo imaginar nem a forma escrita dessa quantidade em dinheiro.
     A Empresa que era usada para segurar a inflação... calma aí! Querida Dilma, sabe-se que a inflação é o aumento do preço dos produtos devido ao maior nível de consumo, maior volume de moeda em circulação, e que faz diminuir o poder de compra da moeda. Vejo claramente esse poder de compra, que graças a essa Empresa deveria aumentar, diminuindo. Já te explico o porquê.
1. Prejuízo de US$ 1,18 bilhão na compra de uma refinaria nos EUA.
2. O confisco de duas refinarias da Petrobrás por Evo Morales. (Seu petistazinho!)
3. Uma refinaria orçada em US$ 2,5 bilhões que já está custando US$ 20 bilhões e ainda não começou a operar.
4. Atraso de quatro anos na construção de um complexo petroquímico, no Rio, cujo custo já saltou de R$ 19 bilhões para R$ 26,6 bilhões.
5. Negócios suspeitos com uma empresa de plataformas holandesa. Lógico né gente... de um Presidente “analfabeto”, evoluímos para uma Presidenta alfabetizada, porém faltou o inglês para entender as cláusulas do contrato. Que ingenuidade a nossa!
     Poderia estar escrito em Chinês: difícil é passar despercebido aos olhos uma cláusula que obrigaria a Petrobrás a comprar os outros 50% da refinaria de Pasadena, no Texas. Dizer que a própria Dilma levantou suspeitas sobre o negócio é mais do que uma grande surpresa, é um SINCERICÍDIO.
     Você se lembra da Lei dos Royalties do Petróleo sancionada pela Presidente Dilma no ano passado? Pois é. Pra quem não sabe, Royalties são repasses pagos ao governo federal pelas empresas que exploram petróleo como compensação por possíveis danos ambientais causados pela extração. 75% destinado à educação e 25% à saúde. Primeiro repasse de R$770 milhões. Você viu melhora na saúde e na educação? Nem eu. Mas eu remeti esse assunto só pra lhe dizer, que o investimento que poderia ser a salvação na educação e na saúde, adivinha? Vai diminuir!
     Graças a Arma - que não é mais uma arma – do PT, a Petrobrás caiu da 12ª para 120ª em ranking de maiores empresas. Fica a dica: Entre as 100 maiores empresas do mundo, Ela era a única brasileira. E mais: agora entre as 11 de países emergentes, nenhuma é brasileira. Um fator relevantíssimo para contribuição no desenvolvimento, deixa de ser um fator.
     Ou seja, BRASILEIROS, PREPAREM SEUS BOLSOS, O GOVERNO VAI USÁ-LOS! Pagaremos impostos altíssimos para recompor a merda feita pela gerência pública. E não vá pensar você que isso não refletirá na conta de água e luz, porque vai refletir. Aliás, “O risco de racionamento de eletricidade, antes inexistente no discurso oficial, foi reclassificado para “baixo” – MAS É ALTO”, altíssimo. Como se não bastasse a destruição da Petrobrás, a da Eletrobrás também ocorreu. MAS EU VOU AMAR UMA REIVINDICAÇÃO DE PESSOAS NAS RUAS POR FALTA DE ENERGIA! Motivo maior: seus celulares descarregados.
     Há uma cena passando pela minha cabeça: A instauração de uma CPI, exatamente como no filme “Tropa de Elite 2”, onde o Capitão Nascimento “desabafa”. Que lindo será Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás (preso na semana passada) contando fatos!
     Por fim, como eu disse no início do texto que relacionaria o Golpe de 64 ao Problema gerado pela Primeira Mulher que abriu a Assembleia da ONU: (E daí? Alguma mulher aí está orgulhosa pela dita cuja ter realizado tal fato? A bom!) Não façam encampação do resto da refinaria, como fez o Presidente João Goulart. Ou por favor D. Dilma, faça e seja destituída, nem que seja pelos militares!
    E o que seria da minha opinião política se não fosse o erro na questão do Enem que perguntava quem era o Ministro da Fazenda? Ai Guido Mantega! Com certeza, seria mais um voto contribuindo para “um governo socialista”. Apesar de que a escolha continua difícil: agora é entre os “menos ruins”.
     Conclusão: Nem o TREM escapa!
     Não se trata de uma tendência esquerdista.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

PEC 37 disfarçada

Eu sei que está tendo copa, inclusive, eu estou torcendo. E mais inclusive, eu amo meu país! Digo logo: “Um homem pode amar o seu país, mas odiar o seu governo.”
Não sou do tipo que vive idolatrando os EUA ou qualquer outra nação, depois diz que ama o Brasil. Eu amo o “verdadeiro” brasileiro: aquele acalentador, educado, com sotaque arrojado, determinado, esforçado, de belo corpo, bela alma e samba no pé.
Exponho uma opinião anti petista há tempos. E mesmo antes de saber votar, o PT já não me descia “guelá abaixo”.
O futebol é algo simplesmente arrepiador! Duvida? Experimente sentar-se numa arena futebolística, ao lado de pessoas de mesma nacionalidade que a sua, todos com o coração uniformizado em um mesmo objetivo e cantar o hino nacional... eu nunca o fiz. Mas só de pensar... ARREPIEI!
É realmente discrepante a diferença do salário de um “craque”, para um médico (profissão de referência). Estudar é sim uma tarefa muito difícil, que exige muito esforço e disciplina. Não pense você que treinar todos os dias, esteja frio, esteja calor, seguir uma dieta para melhor desempenho em campo, treinar agilidade, perspicácia e trabalho em grupo, é uma tarefa tão mais fácil que estudar! Talvez tenham o mesmo grau de dificuldade, com atividades diferentes. Mas isso não ameniza a discrepância, lógico. Só que eu tenho a certeza; caso você fosse um jogador, estudaria todos os argumentos para explicar essa diferença assustadora!
Mas o que quero abordar e alertar aqui, não é o quão lindo e importante também, é o futebol, não só para o brasileiro. Eu estou do lado do esporte, sem dúvidas: ele ainda traz uma esperança no coração daquelas crianças tendenciosas a marginais.
Você se lembra da PEC 37? Da nossa vitória? Que ótimo! Agora... você se lembra sobre qual assunto ela dizia respeito? Vou te lembrar...
“A PEC 37 sugeria incluir um novo parágrafo ao Artigo 144 da Constituição Federal, que trata da Segurança Pública. O item adicional traria a seguinte redação: "A apuração das infrações penais de que tratam os §§ 1º e 4º deste artigo, incumbem privativamente às polícias federal e civis dos Estados e do Distrito Federal, respectivamente"”. E isso significava que retiraria esta atribuição de alguns órgãos públicos e, sobretudo, do Ministério Público.
Graças ao “Gigante acordou”, em meio a tramitação da PEC 37 na Câmara dos Deputados, diversas organizações lançaram a campanha “Brasil contra a impunidade”. Ufa...!
SR. BRASILEIRO, o Sr. sabe da última?
Temos uma surpresinha guardada na gaveta da Justiça Eleitoral: as eleições deste ano podem ficar sem investigações de caixa dois, compra de votos e abuso de poder econômico. Isso mesmo! O lixo petista vai escorrendo água abaixo enquanto você só presta indignação diante da abertura da copa!
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adotou uma regra para que o Ministério Público só inicie investigações se um juiz de direito as autorizar. O chefe do Ministério Público defendeu a liberdade de agir da instituição e levou o caso ao STF. Amém.
Mas não se assuste! Eu vim aqui só para avisar os desavisados do ocorrido. (23/03/2014) E que mesmo já há dois meses, tenho certeza que muitos estavam preocupados em criticar: “Eu acho um absurdo festejarmos a copa no Brasil. Um país sem infra estrutura, sem saúde, sem educagooooooooooooool! ACORDA BRASIL!
Enfim, essa passou despercebida, mas ganhamos.

Só não venha dizer que o problema no Brasil são os políticos. O problema do Brasil é VOCÊ! (Que não quer estudar, que reclama da segunda-feira, que não quer trabalhar, que quer ser sustentando pelo bolsa família, não sabe votar, não tem iniciativa, só paga de crítico e vai saber Deus o que será no futuro).
Saber separar uma coisa da outra, já é um excelente começo.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

03/04/2014 – Um sorriso no farol


Longe de instigar um debate acerca do slogan “Não dê esmolas, dê futuro”, mas são experiências como essa que precisam ser compartilhadas.


Sabe aquelas pessoas que expõem um tipo de arte circense no semáforo em troca de esmolas? Esmolas? Você pensa que são esmolas.

Pois então... diante da Campanha “Não dê esmolas, dê futuro”, a atitude daquelas pessoas, me intrigava de uma forma eufórica: tinha grande curiosidade de perguntar à elas, o porquê – já que o circo Tihany estava na cidade a mais de mês – não procurar emprego no circo.

Pare agora de se perguntar por que eu não o fiz. Porque eu fiz! Não venha me dizer que você nunca sentiu medo das pessoas que pedem esmolas no sinal. “Vai que elas sacam uma arma e mandam você descer!”. Eu também tenho um certo medo... Até o ponto de que foi preciso analisar “a cara” de cada um. Não era um julgamento! Era uma análise. 

Analisei tão precisamente que comecei a ficar com medo, digo, mais medo: em sinais diferentes, lugares diferentes, em dias diferentes, eu encontrava a mesma dupla. ÓH! Na teoria é lindo saber o quão difícil e/ou inoportuno é o julgamento que fazemos sobre os homens. Acho que por isso decidi não julgar e parar de pensar na morte. Rs

Numa gota de suor, a um passo de distância, perguntei: “Por que você não vai arrumar um emprego no circo?” Não sei vocês, mas eu fui surpreendida com a resposta: “Porque o circo não me oferece a liberdade da rua, com um salário de aproximadamente 1 500,00 (mil e quinhentos reais) por mês." (Quase um hashtag – beijo no ombro). 

Caros leitores, circos em grandes estruturas como o Tihany, remuneram seus funcionários, dependendo de sua função, com até 15 000,00 (quinze mil reais). Mas acalme-se! Estudar é tão difícil quanto se equilibrar em uma bicicleta, sobre uma corda, à cinco metros de altura.

E aí viria a minha indignação se alguém tivesse a desumanização de impedir aquele trabalho. Jamais quero excluir àqueles que estão ali, nas cores vermelha, amarela e verde, sem nem saber conversar direito. Dá para polemizar muito o assunto de não dar esmolas. Mas, você acha que essa não é uma forma digna de trabalho? 

Digno mesmo é estar sentado dentro um carro blindado, em Moema (SP - Capital), com um rolex no braço, depois de um dia exaustivo de trabalho. Isso não “suja” as ruas com pessoas pedindo esmolas. (Detalhe: tráfico)

Mas o ponto principal do meu dia foi que, antes de parar naquele sinal, eu estava com a mente poluída de pensamentos que estavam prestes a se tornar problemas. Problemas que nós seres humanos, criamos no impasse de não confiar. (Imaginem ateus, esse é um texto totalmente laico).

Enfim... aquelas pessoas ganhavam “esmolas”, (que graças a Deus estão entre aspas), alegrando o dia de ingratos como eu. Isso mesmo: eu, que sem nem estar na tpm (não sofro disso, jamais) comecei a cantar mentalmente com eles: “Parabéns pra você, nesta data querida...”. De quem é o aniversário? Não sei. Mas quando dei por mim, estava cantando alto e sorrindo.

Pessoas que eu nunca vi - já até senti medo - com apenas um violão, um apito, uma perna de pau, e um swing poi, cantando!, fizeram do resto do meu dia, muito mais feliz.

Obs. infeliz: eu não tinha 5 centavos se quer, alcançáveis, que eu pudesse lhes entregar.

Por: Amanda Fracarolli

domingo, 25 de setembro de 2011

Pais e filhos - felicidade é um direito

     Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.
     Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
     Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.
     Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.
     Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.
     É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?
     Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.
     Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço".
     Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.
     A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.
     Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.
     Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.
     Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.
     Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.
     O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.
     Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.
     Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.
     Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.
     Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista. 

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O Menestrel - William Shakespeare

     Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.

     Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
     Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
     Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
   E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
     Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…
     E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
     E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
     E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
     Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…
    Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
    Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
    Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
    Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
     Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
    Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…
     Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
     Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
     Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…
     Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
     Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
    Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
    Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.
   E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar. 

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Rio De Janeiro. Dias de hoje.

    Pode até parecer clichê de filme americano, mas é na hora da morte que a gente entende a vida. Eu dei muita porrada em muita gente, esculachei com os policias corruptos, levei um monte de vagabundo pra vala. Mas não foi nada pessoal.
    A vida me preparou pra isso. E missão dada parceiro, é missão cumprida.
    Eu tentei salvar minha família, colocando um cara confiável no meu lugar. Não deu certo e eu voltei. Eu comandava o tráfico no morro da formiga, e se não tivesse sido o que aconteceu com meus parças, eu não tinha ido pra penitenciária do “Bangu” – primeiro presídio de segurança máxima.
    É lá que iam parar os chefões do tráfico. Os caras que a polícia pegava e não executava, iam presos. Cada comando ficava numa área isolada. Se deixasse misturar, os vagabundos se matavam. Sabe o que eles faziam lá dentro ? O mesmo que faziam aqui fora: viviam em guerra disputando o controle do tráfico da cidade. Por mim, o certo era fechar a porta e jogar a chave fora, e deixar os caras se estrucidarem lá dentro. 
    Eu estava decidido a não experimentar a droga, eu só queria sustentar minha família. Eu ganhava sim com as vendas, e além disso, não pagava o preço do vício. Ai fui preso, e virei viciado.
    E graças a Deus, tem muito intelectualzinho de Esquerda, que vive defendendo vagabundo. E eles fazem a cabeça de muita gente. “Prisão hoje é um lugar extremamente caro, pra tornar as pessoas piores. Em 1996, a população carcerária era de 148 mil presos. Hoje, 15 anos depois, a população carcerária é de mais de 400 mil presos.”
    O Rio de Janeiro hoje, está loteado em 3 facções criminosas, que estão em constante conflito. E “Bangu”, é exatamente a mesma coisa. 3 facções criminosas, alimentando ainda mais o ódio e a rivalidade. Um bando de miseráveis, que não tiveram chance de educação. Que não tiveram chance nenhuma na vida. Trancados e esquecidos nas piores condições inimagináveis. E sendo controlados por uma polícia com fortes tendência a corrupção.
    Ainda tem gente que abre a boca, pra dizer que o Brasil é o país da impunidade. Pode até ser, pra um determinado setor na comunidade. Porque para os demais, pras classes subalternas, pros meros mortais, o bicho pega. Eu digo isso, porque sou vítima disso tudo.
    Ai rolou uma carnificina, e os mais casca grossa do comando vermelho, foram exterminados. E o que rolou, foi que o Cara dos Direitos Humanos, tava sujando a imagem do comando. Mesmo eu tendo que estar do lado dos Direitos Humanos, eu queria mais era um comando forte. Porque eu já não via a hora de sair dali. E sabe o que o governo queria fazer ? Dar chance pros manés, entrar de novo nas comunidades, matando, extrucidando... e  eu só queria sair dali. A cidade ia virar uma enorme mancha vermelha, poça de sangue. E eu estava incluso nessa.
    O que aconteceu, foi que o comandante da secretaria de segurança pública, tava transformando o comando numa máquina de guerra. E o extermínio ia começar.
    Pra certas pessoas, a guerra é a cura. A guerra funciona como uma válvula de descarga. A pressão ta grande em casa; a solução é ir pra rua. E eu fui sempre assim. E pra eles, um tráfico fora da jogada, a farra dos corruptos iria acabar. Quanto menos cocaína e maconha chegassem nas bocas, menos o tráfico ia faturar. Se os vagabundos quebrassem, os corruptos quebrariam também. E ai, ia fuder o sistema.
    Eu tenho uma vida pra seguir, uma família pra criar. Meus filhos acham que eu sou um traficante vagabundo viciado. E foi mesmo o que comecei a sofrer. Eu tinha que ficar deprimido com isso tudo. Mas “algo” me fazia ter estima. 
    Tinha um plano: numa dessas entradas policias no presídio, sair massacrando e fugir. O que em teoria, eu e vários outros, achávamos que daria certo. Só que na prática deu tudo errado. O que aconteceu de verdade, foi bem diferente do que eu planejei. 
    Me livrei de Bangu, e voltei ativa no meu beco.
    Nada como uma crise econômica pra aguçar a criatividade. Foi só cortar o arrego do tráfico, que os corruptos perceberam o óbvio. Qualquer comunidade pobre do Rio de Janeiro, é muito mais do que um ponto de venda de drogas. Toda favela é um mercado poderoso de muita coisa comprada e vendida. Em quatro anos, o sistema tomou conta de quase toda zona oeste do Rio de Janeiro. Antes, os policiais invadiam, e os traficantes voltavam. Só que quando os corruptos começaram ocupar as favelas, os traficantes não voltavam mais.
    Por um bom tempo eu pensei que o sistema tava ajudando o comando, só que na verdade, era o comando que tava ajudando o sistema.
    Estava criado um monstro que iria engolir a todos. Milícia é máfia. Um verdadeiro crime organizado. Antes, os políticos usavam o sistema pra ganhar dinheiro. Agora, eles dependiam do sistema pra se eleger. O voto é a mercadoria mais valiosa da favela.
    A milícia tinha tanta certeza que o governo ia expulsar os traficantes do tanque, que já tava até recrutando gente pra impedir que eles voltassem. E de novo, o comando ia invadir o morro. Pra tomar o tanque, só fazendo uma mega operação. Mas isso o governador não queria, porque ano de eleição, não pode morrer inocente.
    E eu sobrevivi a mais uma invasão. Pior, em meio a bala perdida, acabei matando minha mulher. E descobri que a secretaria de segurança, era o coração do sistema. A segurança pública do estado do Rio de Janeiro estava nas mãos de bandidos. E minha honestidade com o tráfico e o contrabando, já não me faziam confiar em ninguém.
    Não tive chance nem escolha: ou eu entrava pro tráfico, ou eu morria de fome. Então eu percebi, que as vezes o sistema nos acerta onde mais dói: tive meu filho ferido, morto. Onde a bola da vez, era eu.
    Eu não tinha mais alternativa: eu tinha que bater de frente com o sistema. Eu tava disposto a matar todo mundo, queria fazer juz com as minhas próprias mãos. E eu sabia que o sistema era um mecanismo impessoal. Com articulação de interesses escrotos. 
    Fui pego de surpresa, mas dessa vez, eu não estava sozinho. Os filhas da puta escaparam, mas a minha guerra contra o sistema, tava só começando. Agora era pessoal, e eu ia continuar lutando, só que de um jeito diferente.
    Já que além de traficante, eu estava envolvido no sistema, fui obrigado a depor. Abriram uma CPI em época de eleição e os partidários opostos, já estavam contra, com o argumento de que ia virar campanha eleitoral.
    Meu nome é Roberto Braga Silveira, comandei o maior tráfico da zona oeste do Rio de Janeiro. Me dediquei 15 anos da minha vida, a única e exclusiva função de sustentar minha família, e não deixar que meus filhos virassem um ser humano como eu. Vou dizer uma coisa que não é fácil, mais é verdade, é que de fato a PM do Rio tem que acabar. Quando o meu filho tinha 10 anos, ele me perguntou porque que o meu trabalho era tão perigoso. Meu filho Rafael, que está sepultado na favela do morro da formiga, vítima de um tiro de pistola. E eu não sei responder a pergunta dele. Eu tenho 15 anos de tráfico, e não sei dizer a ele, porque que é que eu optei por isso, ao invés de uma vida digna. Sendo que eu considerava a minha, digna. Mas o que eu posso afirmar com certeza, é que o tráfico, não puxa esse gatilho sozinho. Metade dos partidários aqui, deveriam estar na cadeia. Metade é pouco. De ficha limpa, poucos são. Deputados chefes das maiores organizações criminosas da cidade. Com parceria do ex secretário de segurança, um dos piores bandidos. 
    Eu fui pra CPI, pra detona o sistema. Eu fui lá pra falar a verdade, dizer o que eu tava sentindo. Contei tudo o que eu sabia, reconheci meus erros. E falei por mais de 3 horas. 
    Dei porrada em muita gente, coloquei muito político corrupto na cadeia. Por causa do meu discurso, teve filho da puta que foi pra vala muito antes do que esperava. Foi a maior queima de arquivos da história do Rio de Janeiro. Mesmo assim, o sistema continuava de pé. O sistema entrega a mão pra salvar o braço. O sistema se reorganiza e articula novos interesses. Cria novas lideranças. 
    Enquanto as condições de existência do sistema estiverem presentes, ele vai existir. 
    Agora me responde alguma coisa, quem você acha que sustenta tudo isso ? 
    É, e custa caro. Muito caro. O sistema é muito maior do que eu pensava. Não é atoa que os traficantes, policiais e miliciantes, matam tanta gente nas favelas. Não é atoa que existem as favelas. Não é atoa que acontece tanto escândalo em Brasília, que entra governo, sai governo, e a corrupção continua. Pra mudar as coisas, vai muito tempo. O sistema é foda, ainda vai morrer muito maçante. 
    “Aqui jaz sepultado Roberto B. Silveira, 21 de maio de 2011.” Viciado, morreu com efeitos de uma parada cardíaca.                                                                                                                            'A.F.